segunda-feira, dezembro 10, 2007

vento

e tudo o vento levou. as palavras, os sentimentos, a vontade, principalmente a vontade. deixou este vazio, este mar morto, este ser sem querer, máquina executiva. maldito vento "estio". há-de lá estar mal...
amanhã porei músi...

quarta-feira, novembro 07, 2007

Caravelas

Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.

Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!

Se eu sempre fui assim este Mar Morto:
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram!

Caravelas doiradas a bailar...
Ai quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...

Florbela Espanca

(amanhã, quando eu tiver tempo, ponho música no ar)

terça-feira, novembro 06, 2007

"A Soma dos Dias"

Pois é, o livro citado no post anterior era "A Soma dos Dias" da Isabel Allende.
Gosto de escritores sul americanos, gosto especialmente de Isabel Allende e Garcia Marquez. Gosto muito de Jorge Luiz Borges e Pablo Neruda.
A narração desta história inicia-se com a frase "NÃO FALTA DRAMA À MINHA VIDA".
Poderia, se para isso tivesse talento, iniciar assim "a soma dos dias" que constituem a minha vida. Felizmente não o tenho.

segunda-feira, novembro 05, 2007

a 5ª linha da página 161

Na minha passagem por vários blogs, encontrei o desafio citado no título do post. Eu não gosto de cadeias, mas esta achei-a interessante.
Sendo assim, aqui deixo a 5ª linha da página 161 do livro cuja leitura iniciei no fim de semana.

... para Afrodite fez-nos às duas ter sonhos eróticos. « Aos setenta e tal...

Deixo outro desafio... de que livro se trata?

domingo, novembro 04, 2007

no labirinto do minotauro...

... procurando os fios de Ariana.

domingo, outubro 28, 2007

O pão nosso de cada dia nos dai hoje


- Correr sorridente através de uma planície verde salpicada de papoilas vermelhas.
- Ouvir o som dos rios que correm para o mar, advinhar-lhe os segredos e dormir tranquila sobre as águas azuis penetradas pelos reflexos de um sol na hora da partida.
- Ouvir os sons da felicidade ainda que apenas por alguns instantes.
- Saber que o meu pensamento se cruza e descruza algures no Universo como se de uma dança de fitas se tratasse.
- Saber que há uma continuidade inexplicável na existência dos sentimentos.
- Querer, saber que sou capaz de querer.
- Ter, ainda que por momentos.
- Sorrir como uma tola, sorrir por tudo e por nada.
- Dar, dar o que tenho e o que invento.
- Elevar-me no céu da felicidade.
- Ser Eu e apenas Eu.

sábado, outubro 13, 2007

O Impressionismo puro


imagem tirada da net

domingo, outubro 07, 2007

o teu sorriso voa como uma borboleta


(...)A minha luta é dura e regresso

com os olhos cansados

às vezes por ver

que a terra não muda,

mas ao entrar teu riso

sobe ao céu a procurar-me

e abre-me todas

as portas da vida.(...)

Pablo Neruda, Os Versos do Capitão

sexta-feira, setembro 28, 2007

diferenças

fotos tiradas da net

terça-feira, setembro 25, 2007

(...) Tú eras también una pequeña hoja que temblaba en mi pecho. El viento de la vida allí te puso. En un principio no te vi: no supe que ibas andando conmigo, hasta que tus raíces horadaron mi pecho, se unieron a los hilos de mi sangre, hablaron por mi boca, florecieron conmigo. (...)

Pablo Neruda

domingo, setembro 23, 2007

o despertar...


A máquina...



O Homem...
........................................................................................................
O filme...

domingo, setembro 02, 2007

copy/paste

Micrografia obtida por mim em 2000 (SEM)
Mesmo as coisas aparentemente simples são complexas se analisadas um pouco mais cuidadosamente.

domingo, agosto 26, 2007

domingo, agosto 19, 2007

a erosão dos dias

Os dias passam em sucessão contínua desgastando-se sob a acção das tristezas que nos consomem. Há dias plenos, em que as nossas medidas, desobedecendo às leis da gravidade, levitam. No entanto ou porque a pressão aumenta, ou porque a temperatura excede a escala, surgem os dias vazios. O vácuo é a ausência de matéria, sinto-me imaterial, pertencente a um buraco ocluso no centro do Universo.

quinta-feira, agosto 16, 2007

registos


para além das palavras...

quarta-feira, agosto 15, 2007

quarta-feira, agosto 08, 2007

recortes

O entardecer é para mim um dos momentos mágicos do dia, sinto-me invadir por uma grande paz e a luz parece penetrar-me a alma deixando nela as cores e o som das tarefas já cumpridas, convidando-me ao descanso, à leitura, ao amor.

sexta-feira, julho 27, 2007

domingo, julho 08, 2007

As (in)certezas

Por definição e segundo o Vocabulário Internacional de Metrologia, incerteza é: «um parâmetro associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores que podem com razoabilidade ser atribuídos ao mensurando».
Analisando o mensurando em questão, os meus sentimentos, noto que a cada dia, a cada hora, a cada minuto, a dispersão dos valores obtidos é cada vez menor. Quero com isto dizer que o resultado está cada vez mais próximo do verdadeiro valor.
Este facto dá-me uma certa tranquilidade e consequentemente uma maior certeza no que quero, no que não quero e, fundamentalmente, aquilo porque me disponho a lutar de modo a assegurar a minha integridade como pessoa que vive num mundo onde tudo, ou quase, aparenta ser o que não é, onde a dispersão dos valores medidos é de tal ordem que acabamos a duvidar se efectivamente as medidas foram feitas com equipamento de alta resolução ou, simplesmente com uma balança de dois pratos cujos «pesos» eram feitos de materiais mais ou menos degradáveis.
Continuo na busca do mais baixo valor de incerteza, para assim poder ter uma maior certeza. Eu sei, é uma busca inútil, pois há sempre grandezas de influência que acabam por arrasar os resultados, diminuindo as certezas, aumentando a variabilidade das incertezas.
Até me apetece dizer: «só sei que nada sei»
..........
Nota: será que alguém me pode explicar porque já não consigo preencher o campo que diz respeito ao título do "post"?

quinta-feira, julho 05, 2007

apenas sons

Pensamentos que se soltam como fragmentos de pele já sem vida, fazem de nós robots que se movem ao som do silêncio que ecoa dentro da alma que por momentos fica suspensa de uma palavra. Palavras... umas vezes soam-nos como cânticos celestiais, outras como punhais.
Gosto do som dos lobos uivando, parecem-me sempre gritos de dor e solidão, como se se tivessem perdido da matilha. Tantas feridas... umas que cicatrizam, outras que (re)abrem quando o alarme se faz ouvir, é nesses momentos que fico assim, como pássaro perdido num céu que não conhece.
Abrem-se lacunas, ficam oclusas partículas de dor na minha alma já sofrida, em cada dia que passa os meus limites se restringem, como se o Universo deixasse de ser infinito, como se em cada estrela houvesse uma abafador.
Chamem por mim, façam-me viver, digam-me que eu não quero partir...

«Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Espera-me uma insônia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.
»

Álvaro de Campos

sábado, junho 30, 2007

meu irmão

(...)Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.

Sophia de Mello Breyner Andresen

quinta-feira, junho 14, 2007

Adeus

Canção com lágrimas
......
Eu canto para ti o mês das giestas
O mês de morte e crescimento ó meu amigo
Como um cristal partindo-se plangente
No fundo da memória perturbada

Eu canto para ti o mês onde começa a mágoa
E um coração poisado sobre a tua ausência
Eu canto um mês com lágrimas e sol o grave mês
Em que os mortos amados batem à porta do poema

Porque tu me disseste quem em dera em Lisboa
Quem me dera me Maio depois morreste
Com Lisboa tão longe ó meu irmão tão breve
Que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro

Eu canto para ti Lisboa à tua espera
Teu nome escrito com ternura sobre as águas
E o teu retrato em cada rua onde não passas
Trazendo no sorriso a flor do mês de Maio

Porque tu me disseste quem em dera em Maio
Porque te vi morrer eu canto para ti
Lisboa e o sol, Lisboa com lágrimas
Lisboa à tua espera ó meu irmão tão breve
Eu canto para ti Lisboa à tua espera...
Manuel Alegre

sexta-feira, junho 08, 2007

foto tirada pelo meu amigo Zé Carlos Era um tempo em que o tempo, ainda menino, brincava. Sobre as ondas, a luz branca desdobrava-se nas sete cores do arco-íris, reflectindo toda a grandiosidade de uma vida a despertar.
«Ai se eu tivesse dinheiro... comprava-te uma andorinha, um porquinho mealheiro e uma rosa de cheiro p'ra te cheirar à tardinha...»

terça-feira, maio 22, 2007

definição


AMIGO *

Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!

"Amigo" é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo,
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!

"Amigo" (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
"Amigo" é o contrário de inimigo!
"Amigo" é o erro corrigido
Não o erro perseguido, explorado,
É a verdade partilhada, praticada!

"Amigo" é a solidão derrotada!
"Amigo" é uma grande tarefa,
É um trabalho sem fim,
Um espaço sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
"Amigo" vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O'Neill, No Reino da Dinamarca

*Dedicado aos amigos que me ajudaram, mesmo sem terem conhecimento dos factos, a ultrapassar os momentos de angústia e ansiedade que vivi.

«Amigo é a solidão derrotada!

Amigo var ser, é já uma grande festa!»

quinta-feira, maio 17, 2007

cyber-bullying


A impunidade, por enquanto... a ler no sol

quarta-feira, maio 16, 2007

marcas

foto gentilmente cedida (vulgo, roubada) pelo meu amigo vern

Marcas deixadas na areia ainda molhada pela ternura das ondas que impetuosamente espalharam a força do seu querer. Rasto de passos deixados ao acaso chamando a si o silêncio do entardecer esperando a bruma da manhã que inevitavelmente surgirá. Ondas prateadas pela luz de mais um dia que nasce.

terça-feira, maio 15, 2007

Sigo

Pés descalços, piso a terra, como o pó
Mão vazias, grandes sonhos, sigo só
Pela frente? O calor da uma e meia
Para trás? Não muito...

Eternamente de abalada
Sigo na minha estrada
Perco de vista o horizonte

E não sei nada...
Mil vidas posso ter
Mil carreiros por escolher
Senhora rainha serei?
Mil fardos carregarei?
Quantos amores?
Quantos pesares?

Apenas sei, que sigo.

Joana_Pombo
© Reservado a direitos de autor
sigo

domingo, abril 22, 2007

Joshua Bell

a propósito de um post que li no anónimo

os sons e o violino

sexta-feira, abril 20, 2007

"Crítica da Razão Pura" - Kant

Que podemos saber? Que devemos fazer? Que nos é lícito esperar?

domingo, abril 15, 2007

Morte ao meio dia - "Tempo Duvidoso"

a voz

No meu país não acontece nada
à terra vai-se pela estrada em frente
Novembro é quanta cor o céu consente
às casas com que o frio abre a praça

Dezembro vibra vidros brande as folhas
a brisa sopra e corre e varre o adro menos mal
que o mais zeloso varredor municipal
Mas que fazer de toda esta cor azul

que cobre os campos neste meu país do sul?
A gente é previdente cala-se e mais nada
A boca é pra comer e pra trazer fechada
o único caminho é direito ao sol

No meu país não acontece nada
o corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
o fisco vela e a palavra era para toda a gente

E juntam-se na casa portuguesa
a saudade e o transístor sob o céu azul
A indústria prospera e fazem-se ao abrigo
da velha lei mental pastilhas de mentol

Morre-se a ocidente como o sol à tarde
Cai a sirene sob o sol a pino
Da inspecção do rosto o próprio olhar nos arde
Nesta orla costeira qual de nós foi um dia menino?

Há neste mundo seres para quem
a vida não contém contentamento
E a nação faz um apelo à mãe,
atenta a gravidade do momento

O meu país é o que o mar não quer
é o pescador cuspido à praia à luz do dia
pois a areia cresceu e a gente em vão requer
curvada o que de fronte erguida já lhe pertencia

A minha terra é uma grande estrada
que põe a pedra entre o homem e a mulher
O homem vende a vida e verga sob a enxada
O meu país é o que o mar não quer

Ruy Belo

segunda-feira, abril 02, 2007

por vezes


Por vezes caio na tentação de falar de sentimentos, os tais que o António Damásio diz não serem mero adorno das emoções. Mas a verdade é que andam sempre de mão dada.

Tudo isto para dizer que hoje me sinto vazia e que é nesta disposição que parto, depois de amanhã, para mais uns escassos dias de férias. Quem sabe não voltarei com o coração cheio da limpidez das águas, com a alma plena de odores primaveris?

Para os amigos que me lêem deixo o meu mais bonito sorriso e um abraço!

quinta-feira, março 29, 2007

Insónia

Era Inverno, lá fora o vento empurrava a chuva e o frio cortava.
Sentada no sofá, ela olhava fixamente a TV na tentativa de perceber o que o JMV dizia, mas os seus ouvidos estavam atentos a outros sons.
- Estás bem?
- Sim, estou, não te preocupes, isto passa...
O medo infiltrara-se de tal modo que ela nada mais ouvia que o pulsar da respiração dele entrecortada por pequenos sons que ela imaginava serem de dor.
- Queres ir agora?
- Não, esperamos pela manhã. Não dormes, não vais descansar?
- Não, não tenho sono, estou com uma insónia terrível...
Mentia, não era insónia, era medo. Lá dentro o bébé chorou, as lágrimas recolhidas aproveitaram a cumplicidade da escuridão do quarto para poderem estender-se um pouco e jorrar como fontes manchadas de sangue e dor.
- Senta-te aqui, ajudas-me? Estás tão bonita, tenho tanta pena de perderes assim os teus dias, só tens gente para tratar...
Levantou-se bruscamente e disse:
- Não digas asneiras! Só perde tempo quem o tem de sobra. Vá, deita-te, vou ajudar-te a descansar. Queres que te faça uma massagem na barriga?
- Sim...
Cansado, deixou-se embalar na doce magia do toque das suas mãos e, finalmente, adormeceu.
Júlia de Sá

terça-feira, março 27, 2007

Pequenos apontamentos

Por vezes a noite torna-se demasiado longa surgindo então uma necessidade absoluta de a preencher. Nesse contexto, resolvi retirar de um dos caixotes onde guardo livros que esperam o surgimento de novas prateleiras, O Significado da Relatividade de Albert Einstein, numa edição de 1958 já com as páginas amarelecidas pela passagem dos anos, numa tradução feita pelo Professor Mário Silva.
Todos nós temos um referencial de tempo e é comum dizermos «antes de» e «depois de», no entanto esse referencial é subjectivo pois apenas se aplica a cada um de nós não sendo este tempo mensurável, podendo, no entanto, ser associado a um corpo físico que é o relógio. Pode, assim, haver uma comparação entre experiências de pessoas diferentes associando a ordem dos acontecimentos fornecidos pelo relógio com a ordem da série de acontecimentos considerada anteriormente. Ficam então baralhadas as nossas ideias preconcebidas acerca do tempo.
Ainda citando Einstein, por meio de mudanças de posição poderemos levar dois corpos ao contacto um do outro sendo assim introduzido o conceito de espaço. No entanto, ao levar um determinado corpo X até junto do outro corpo Y constitui-se uma espécie de prolongamento deste, podendo nós designar o conjunto de todos os prolongamentos de Y, por «espaço do corpo Y».
A minha ideia não é falar de teorias relativistas ou pré-relativistas, até porque jamais ousaria tocar em assuntos que de modo algum domino, é, muito simplesmente, falar de mim e do meu espaço, ou mais propriamente, no que constitui o meu espaço e o meu tempo.
....
Nota: a propósito do tempo reabilitei este post do meu blog «O espaço e o tempo».

segunda-feira, março 26, 2007

o tempo

.....
O Papalagui adora muita coisa, mas acima de tudo gosta de uma coisa que não se pode agarrar e que no entanto existe: o tempo. Leva-o muito a sério e conta toda a espécie de tolices acerca dele.”

sábado, março 24, 2007

A caixa de Pandora

foto tirada da net
......
e a caixa fechou-se...

quinta-feira, março 22, 2007

malmequer

foto tirada da net
.....
mal me quer... bem me quer...

quarta-feira, março 21, 2007

Metron Logos

foto tirada da net

Unidades de base do Sistema Internacional e respectivas grandezas:
....
ampere (A) - intensidade de corrente eléctrica
kelvin (K) - temperatura termodinâmica
segundo (s) - tempo
metro (m) - comprimento
kilograma (kg) - massa
candela (cd) - intensidade luminosa
mole (mol) - quantidade de matéria

Definição de metro: o metro é o comprimento do trajecto percorrido pela luz no vazio, durante um intervalo de tempo de 1/299 792 458 do segundo.
A incerteza de realização é muito pequena (2 em 10 elevado a 8)

Nota: Isto é apenas um desabafo, já que tenho de estar a trabalhar até às 23 h, partilho o trabalho e o sorriso.

segunda-feira, março 19, 2007

Azul

"Oh inmenso azul! Yo adoro
tus celajes resuenos,
e esa niebla sutil de polvo de oro
donde van los perfumes y los suenos."

Ruben Dario in Azul

terça-feira, março 13, 2007

A culpa é do Arrhenius

foto tirada da net Afinal a culpa do aquecimento global não vai morrer solteira ...

domingo, março 11, 2007

Abraços e laços

foto tirada da net
Abraços são isso mesmo, laços que nos unem aos que gostamos, laços que nos permitem sair do outro lado do espelho e viver na plenitude a simplicidade da amizade na sua forma mais pura.
Não basta dizer é necessário fazer...
Sei que não lerás o que aqui escrevo, R, mas é para ti!

sábado, março 10, 2007

outras ondas

Marcas deixadas na areia ainda molhada pela ternura das ondas que impetuosamente espalharam a força do seu querer. Rasto de passos deixados ao acaso chamando a si o silêncio do entardecer esperando a bruma da manhã que inevitavelmente surgirá. Ondas prateadas pela luz de mais um dia que nasce.

sexta-feira, março 09, 2007

ondas

foto tirada da net
.....
Hoje passei o dia todo em "ondas polarográficas". Gosto de ondas, daquelas que docemente se espraiam sobre a areia, num abraço infinito, fecundando-a com todos os seus elementos naturais. Ondas sonoras, que me permitem sentir junto ao ouvido o carinho daqueles de quem gosto. Ondas electromagnéticas, que transmitem através o espaço. Enfim, ondas de diferente amplitude, mas quase todos de forma sinusoidal, como a dizer, hoje estou bem, ontem não estive, amanhã, quem sabe se estarei?.
Mas, afinal o que é isso de ondas polarográficas, pois... são umas ondas um pouco diferentes

quarta-feira, março 07, 2007

Folhas caídas...

«Antes que venha o Inverno e disperse ao vento essas folhas de poesia que por aí caíram, vamos escolher uma ou outra que valha a pena conservar, ainda que não seja senão para memória.» Almeida Garrett

domingo, março 04, 2007

âncoras

foto tirada da net
Quantas vezes prometi que embarcaria numa das naus nesse porto ancorada, um dia fá-lo-ei. Ficarei ao largo, vendo o porto com os olhos de quem parte, sentindo que o tempo que roubei ao tempo não chegou para que a âncora tocasse o fundo desse mar onde guardo segredos e sonhos que aos poucos vou perdendo diluídos na quietude das águas a cada momento renovadas. Hoje, ontem, amanhã, talvez...

O fascínio da Lua

foto tirada da net

Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade inteira saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traço o memorável feito.

Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até os pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.
A cobrir tudo, enfim, como um balão de vento,
um envólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.

Numa cama de rede, pendurada
da parede do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.

Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falavam
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.

Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
Caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.

Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.

Mais um passo.
Mais outro.
Num sobrehumano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
Com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira,
com o coração pequeno e ressequido,
viu, com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o Homem Velho.

António Gedeão

sábado, março 03, 2007

nem o tempo vai chegar...

O espaço e o tempo é um binário que nos tolhe os movimentos enclausurando-nos num casulo espacial.
É uma espécie de dor...
....

sexta-feira, março 02, 2007

Planeta Azul

foto tirada da net

O azul do mar... azul azul azul ...
A água é um bem escasso e essencial.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

o vácuo, o vazio e o nada


É na ausência de matéria, vácuo onde apenas e só as ondas, a luz ou os campos têm existência que aos poucos se vai criando um espaço vazio com capacidade para conter algo que não tem.
Nada é a negação de tudo o que existe, é um não lugar, um não espaço. O nada está indubitavelmente associado à nossa mente, não tem lugar na Física ou na Química. O nada é algo que me persegue e do qual tento fugir, por vezes sou apanhada nas suas malhas, sentindo-me qual partícula oclusa numa rede cristalina defeituosa.
E assim permaneço neste dualismo, a consciência de uma mente distinta do corpo: penso, logo existo (Descartes). Mesmo que ao pensar eu me engane, eu, sujeito epistémico, existo!
O ideal seria conseguir dissociar fisicamente a alma (mente) do corpo, viveriam assim felizes, cada um para seu lado, sem críticas, sem questões e, principalmente, sem colisões.
........
[mais um transporte do Espaço e o Tempo. Na verdade ando cada vez mais vazia, sendo assim, nada mais me resta que (re)escrever o que já escrevi.]

domingo, fevereiro 25, 2007

reviver o passado

Há dias em que me dá uma grande vontade de reviver o meu passado literário, quero com isto dizer, olhar e reler alguns dos autores que sofregamente li. Eu sou de manias, confesso, sou de paixões, admito. Sendo assim, quando um escritor me desperta a atenção lei-o exaustivamente, livro após livro, linha por linha, letra por letra. Até que repentinamente me canso e o arrumo na prateleira. Hoje voltei ao Abelaira e recordei as discussões que estas leituras geraram. Que não, não percebiam porque andava eu a ler o Abelaira, romances sem interesse. Que sim, perceberiam muito melhor se me dedicasse a outro tipo de literatura.
Em homenagem ao Augusto Abelaira, com quem, do alto dos meus 18/19 anos, amiudamente me cruzava na rua, aqui deixo este post.

era uma vez (repito)

Neste sonho voo, sinto no rosto a brisa da liberdade, o pensamento ao longo dos dias amarrado corre feliz por entre as estrelas.
Ah! Pudera eu voltar atrás no tempo e preencheria cada minuto da minha vida com estrelas cintilantes de fantasia.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

era um redondo vocábulo

retrato tirado da net
Zeca Afonso

saudades

(…) Saudades de ti? Não tenho a certeza, serão saudades de ti, ou de mim?
As mãos húmidas da noite, escura, fria e tenebrosa, tentavam desesperadamente atravessar as vidraças que me separavam dela. Ao longe, o rugir das ondas batendo fortemente nas rochas levava-me para um outro mundo, o mundo dos sonhos.
Deixei-me inebriar, deixei que os fantasmas da noite tomassem conta de mim, e para eles, pus música, exaltante, extasiante. Pensei em ti, em tudo o que vivemos, saboreei cada momento e em cada um deles redescobri a minha capacidade de amar, perdida no tempo, adormecida nos anos, que passaram velozes por mim.
Lembro-me que pensei: “vivi estes momentos, ou tudo não passou de um sonho? Sonho lindo com sabor amargo”.
Quando acordei, o sol brilhava, acariciando muito ternamente aquelas águas tão azuis, tão aparentemente inocentes, as águas que na noite anterior tinham embalado o meu sonho, o meu sono. Saí para a rua e fiquei-me a contemplá-las, a pensar em como a quietude anda de mãos dadas com a turbulência, mostrando, ora uma face, ora outra.
Depositei naquelas águas tão tranquilas, tão azuis, tão imensamente grandiosas, a minha esperança. Soube, naquele momento, que nunca mais seria a mesma, que mais um marco tinha sido colocado no caminho da minha parca existência. A vida é feita de pequenos incrementos, cujo somatório nos conduz aquele ponto crucial, que é a morte.
Dizem que na morte surgem, por momentos, todos esses incrementos, separados por marcos, mas ninguém sabe muito bem o que é a morte, para mim, é apenas um somatório, um resultado final, um limite.” (…)


Eu sei que já publiquei este post no Espaço e o Tempo, mas resolvi transferi-lo para aqui...

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

o preto e o branco

Embora timidamente, a neve caiu...

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

falando de sentimentos

foto tirada da net
«Os sentimentos não são uma mera decoração das emoções, qualquer coisa que possamos guardar ou deitar fora» escreve António Damásio, na página número 20 em Ao Encontro de Espinosa tentando Dar a Palavra aos Sentimentos.

Há pessoas que não têm sentimentos... mentira! Todos nós os temos, só que há dois tipos de sentimentos: os perenes e os caducos.
Azar dos que alimentam a perenidade dos sentimentos, vêem-se assim envolvidos em lutas internas para manterem o seu equilíbrio enquanto seres humanos.
Sorte dos que desenvolvem a sua caducidade, saltitando de nuvem em nuvem alimentando-se das gotículas que as constituem.

Ah! Como eu gostaria de ser uma folha.... caída!

era um redondo vocábulo

Chegada ao ponto de partida, olho o círculo descrito desenhado a régua e compasso. Em cada ponto um vazio, em cada vazio uma esperança, em cada esperança a espera.

sábado, fevereiro 10, 2007

infinita regressão...


Pausa para reorganizar os sentimentos, arrumar as gavetas onde moram as emoções e sorrir.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

ela

Estava uma noite de lua cheia daquelas em que a água salgada do mar teimava em reflectir os tons prateados cuja nobreza não conseguia absorver. Ela ali estava, quieta, indiferente, quase inanimada, vazia de emoções e nas mãos os destroços dos sentimentos ainda há pouco tão fortes.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

encontros



Num dos meus passeios virtuais dei de caras com o Francisco Rodrigues Lobo, discípulo de Camões, doutor de leis, poeta, escritor. Deixo aqui um poema seu dedicado ao rio que no seu leito o acolheu.
......
.....
....
..
.....
Fermoso Tejo meu, quão diferente
Te vejo e vi, me vês agora e viste:
Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,
Claro te vi eu já, tu a mim contente.

A ti foi-te trocando a grossa enchente
A quem teu largo campo não resiste;
A mim trocou-me a vista em que consiste
O meu viver contente ou descontente!

Já que somos no mal participantes,
Sejamo-lo no bem. Oh, quem me dera
Que fôramos em tudo semelhantes!

Mas lá virá a fresca Primavera:
Tu tornarás a ser quem eras dantes,
Eu não sei se serei quem dantes era.

domingo, fevereiro 04, 2007

fuga


Veneza 2003

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

S. Pedro de Moel - o mar

foto
é o mar da minha infância, da minha juventude, onde, balzaquiana me passeava de crianças pela mão ouvindo o som do mar furioso ou sentindo as suas carícias quando, mais quieto, abraçava a areia, é o mar da minha minha vida!
Perceves, sargos, lapas e tardes perdidas a ver o mar... a sentir a sua fúria quando, zangado, se atirava contra o paredão que suporta o café, agora restaurante.
Ó mãe.. óoooo mãeeeeee...
Não filha, não somos nós que dominamos o mar... é ele que nos domina a nós, é voluntarioso, o mar...
E a areia a fugir debaixo dos pés, a água a correr por entre os dedos e os barcos ao longe, muito ao longe...
Ó mãe... ó mãeeeeee...
Amanhã, quando a bandeira estiver verde.
...
Pela mão do Z. M. e pousando na ramãzeira vieram-me à memória lembranças de despreocupação e alegria. Dias felizes!
Café da Praia, Bambi, Snoobar... e mar, muito mar!

terça-feira, janeiro 30, 2007

segunda-feira, janeiro 29, 2007

domingo, janeiro 28, 2007

por entre os bits e os bytes...

...............................................................................................foto tirada da net
Digitando cada dígito
deixo minhas impressões digitais
nos bits, nos bytes
no abrir infinito dos sites
onde moram os amores, amigos
e paixões virtuais
Um coração batendo repetido
e dez dedos batendo entretidos.
O que posso eu querer mais?

Adriana Mendonça

domingo, janeiro 21, 2007

a íntima ligação...

...entre a razão e a emoção

sábado, janeiro 20, 2007

Ponto de orvalho...

Foto tirada da net
Nem se chega a saber como
um inusitado sorriso,
um volver de olhos doentes,
um caminhar indeciso
e cego por entre as gentes,
chamam a si, aglutinam,
essa dor que anda suspensa
( e é dor de toda a maneira)
como o vapor se condensa
sobre núcleos de poeira.
É essa angústia latente
boiando no ar parado
como um trovão iminente,
que em muda voz se pressente
num simples olhar trocado.
Essa angústia universal,
esse humano desespero,
revela-se num sinal,
numa ferida natural
que rói com lento exagero.
Não deita sangue nem pus,
não se mede nem se pesa,
não diz, não chora, não reza,
não se explica nem traduz.
A gente chega, respira,
olha, sorri, cumprimenta,
fala do frio que apoquenta
ou do suor que transpira,
e pronto, sem saber como,
inútil, seco, vazio,
cai na penumbra do rio,
emerge, bóia, soçobra,
fácil e desinteressado
como um papel que se dobra
por onde já foi dobrado.

António Gedeão



Só um homem das Ciências Físico-Químicas poderia ter escrito um poema destes fazendo a intercepção da emoção com a razão.
Ponto de orvalho
: temperatura à qual o vapor de água presente no ar ambiente passa ao estado líquido na forma de pequenas gotas.

domingo, janeiro 14, 2007

A Química

Hoje ao fazer uma pesquisa na net encontrei este site e já agora... a quem interesse saber algo sobre o gold book e a IUPAC.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

lá, onde a corrente electrónica flui

Imagem gentilmente cedida pela Joana
Temos por vezes a sensação de que a nossa cabeça é um órgão de resistência infinita, que podemos esticá-la até ao limite sem que haja ruptura. Esquecemos que em tudo somos humanos e que, tal como noutros sistemas, a falha pode acontecer surgindo então o desmoronar do império dos sentidos. A Física e a Química deixam então de funcionar como um todo, apercebemo-nos então de que algo está a funcionar mal e que a diferença de potencial se aproxima vertiginosamente do zero - torna-se imperativo fazer uma pausa.