domingo, abril 22, 2007

Joshua Bell

a propósito de um post que li no anónimo

os sons e o violino

sexta-feira, abril 20, 2007

"Crítica da Razão Pura" - Kant

Que podemos saber? Que devemos fazer? Que nos é lícito esperar?

domingo, abril 15, 2007

Morte ao meio dia - "Tempo Duvidoso"

a voz

No meu país não acontece nada
à terra vai-se pela estrada em frente
Novembro é quanta cor o céu consente
às casas com que o frio abre a praça

Dezembro vibra vidros brande as folhas
a brisa sopra e corre e varre o adro menos mal
que o mais zeloso varredor municipal
Mas que fazer de toda esta cor azul

que cobre os campos neste meu país do sul?
A gente é previdente cala-se e mais nada
A boca é pra comer e pra trazer fechada
o único caminho é direito ao sol

No meu país não acontece nada
o corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
o fisco vela e a palavra era para toda a gente

E juntam-se na casa portuguesa
a saudade e o transístor sob o céu azul
A indústria prospera e fazem-se ao abrigo
da velha lei mental pastilhas de mentol

Morre-se a ocidente como o sol à tarde
Cai a sirene sob o sol a pino
Da inspecção do rosto o próprio olhar nos arde
Nesta orla costeira qual de nós foi um dia menino?

Há neste mundo seres para quem
a vida não contém contentamento
E a nação faz um apelo à mãe,
atenta a gravidade do momento

O meu país é o que o mar não quer
é o pescador cuspido à praia à luz do dia
pois a areia cresceu e a gente em vão requer
curvada o que de fronte erguida já lhe pertencia

A minha terra é uma grande estrada
que põe a pedra entre o homem e a mulher
O homem vende a vida e verga sob a enxada
O meu país é o que o mar não quer

Ruy Belo

segunda-feira, abril 02, 2007

por vezes


Por vezes caio na tentação de falar de sentimentos, os tais que o António Damásio diz não serem mero adorno das emoções. Mas a verdade é que andam sempre de mão dada.

Tudo isto para dizer que hoje me sinto vazia e que é nesta disposição que parto, depois de amanhã, para mais uns escassos dias de férias. Quem sabe não voltarei com o coração cheio da limpidez das águas, com a alma plena de odores primaveris?

Para os amigos que me lêem deixo o meu mais bonito sorriso e um abraço!