sexta-feira, julho 30, 2010

Finalmente

As pedras partem-se, cristais desfeitos sob a pressão de um movimento não linear. Estilhaços que se espalham sobre a terra dura e seca, onde não florescem orquídeas, jeros ou cactos. Gretas abertas num solo onde a água escasseia e os nutrientes rareiam. E há o mar, ali tão perto, tão azul, tão refrescante, onde a vida germina e o reflexo do céu nos dá a ilusão de um imenso espelho. Levemente, em sonhos, caminhamos sobre ele e ao fazê-lo as ondas vão-se propagando, atingindo o outro lado num movimento contínuo. E aqui, a terra, cujos sulcos devoram os mais incautos. Finalmente a percepção, o desencanto que faz fugir a serpente por entre as ruas pejadas de gente de olhos vazios. Finalmente...

quinta-feira, julho 29, 2010

"voltar atrás para quê?"

O barulho do tilintar dos talheres oculta o som das palavras como que imersas num pântano lodoso. Aos poucos vão emergindo, sobressaindo cumplicidades cortadas pelo tempo e o esplendor da outrora farta e verdejante alegria assoma por entre as janelas da rotina de um dia a dia desgastante. Estás lá, embora ausente, sei-te.

quarta-feira, julho 28, 2010

longas são as noites


A noite é longa e a manhã não vem, fantasmas ocultos passeiam-se alegremente pelas labirínticas avenidas das minhas memórias, as guitarras entoam melodias. Pairam no ar afectos arrancadas à força a um coração de aluguer, espalham-se sobre o chão tristezas em parceria com alegrias roubadas da montra da felicidade.
Por entre as brumas da memória vislumbro o teu olhar ainda tímido, estendo a mão na esperança de te tocar.
Ouve...

segunda-feira, julho 26, 2010

domingo, julho 25, 2010

Teorema

nos dias que passam e no sol que se põe, afirmo, provo e comprovo que a amizade se enfeita de actos e raramente de palavras. gestos que tocam levemente no mais recôndito canto da alma. stokes, green e gauss que espreita, cálculos na forma de vectores que se integram e diferenciam... mas o único teorema que verdadeiramente faz parte do meu léxico é: GOSTAR!

sexta-feira, julho 23, 2010

Amizade

Traz-me uma rosa na cauda das tuas palavras... tão cheias! Hoje com a alma em flor tentando aniquilar a dor... que partiste. E os amigos sobrevoam o meu espaço, pérolas crescentes produzidas de impurezas oclusas numa qualquer concha... e tão preciosas!

quarta-feira, julho 21, 2010

desabafo...

estes dias tão tristes, condicionados por vivências que o tempo não esquece. era verão e o sol brincava... sinto-te a falta, sinto-vos a falta... e já não sou eu, habita-me agora um ser que conhece os caminhos da dor apesar de ter nascido e vivido nos caminhos da alegria. e as taças? "mexe o G. nas taças e logo a A. é acusada, o G. por trás da mãe faz caretas e graças e a A. fica logo atrapalhada". montes verdejantes salpicados de desertos por entender. ah! se eu soubesse... dói-me a alma.

sábado, julho 17, 2010

Há os "deslumbrados" que ficam fascinados pelo poder, pelos altos cargos, pelo dinheiro e existo eu, este ser simples cuja capacidade de deslumbramento já não existe, que nada mais procura do que a sã convivência entre a existência e a essência. E há as anémonas e as amibas, os anfíbeos e anfotéricos e há os que vivem cada hora como se fosse a última. E os que sobrevivem rasgando a carne, não podendo usufruir da alma. E os que rasgam a alma alimentando a carne e já não quero entender!. E há o mundo, que é redondo!

quarta-feira, julho 14, 2010

angel



São os dias a correr e o precipício que ao longe se advinha. Ai! Porque corres tu por montes e vales, que não te apanho? E se eu tivesse asas? Seria um anjo? E os anjos, esses mensageiros do Divino, são pássaros que rodopiam num copioso folclore. Seria uma festa!

sexta-feira, julho 09, 2010

"Todas as cartas de amor são ridículas", mas o que na verdade é ridículo, é o "desamor".