quarta-feira, abril 25, 2012

um risco na areia

«O tempo, se pudermos intuir esta identidade é uma desilu­são: bastam para o desintegrar a indiferença e inseparabilidade de um momento do seu aparente ontem e de outro momento do seu aparente hoje.»
Jorge Luís Borges em História da Eternidade
Há dias em que acordo numa ilha deserta, escrevendo palavras na areia que o mar e o vento apagarão. É o vazio dos dias cheios de nada. Hoje sinto-me como um risco na areia que o mar desfez.


A foto foi retirada do blog  'Carta de Marear'

sábado, abril 21, 2012

som

Derrotando sentimentos "mancos", o som infiltra-se libertando o(s) alter-ego cativo(s). Serenidade. Ser diferente é o ganho.

 

sexta-feira, abril 20, 2012

dança

A dança do som trazendo à lembrança os momentos mais belos...

segunda-feira, abril 16, 2012

vento

Hoje sou brisa que atravessa a noite na suavidade dos sentimentos. Serenas estão as pombas no beiral. Todas as pedras retomaram o seu lugar na boca do vulcão adormecido. Há a faísca que não deixa apagar-se a chama na eternidade dos dias. Suave vento que transporta o sonho adiado. Ouço o sibilar de um coração batente. Ouço...

sexta-feira, abril 13, 2012

Albatroz

No murmúrio das palavras, o silêncio. Solta-se o riso no cruzar dos olhares cúmplices. Tão bom. E as moléculas pesadas que constroem o nosso sofrimento volatilizam deixando no ar a amizade que o tempo agarra. Na presença da luta pela vida a suavidade da música que nos embala. Solta-se o sono e o sonho.


foto retirada da net.

segunda-feira, abril 09, 2012

serpente

Enroscada, corda de bambu que nos asfixia. vigilante. e o veneno que nos enegrece a alma e desfaz o coração. colapso. a surpresa da memória desfeita, a vulgaridade. caravelas que a fúria do mar desfez no reerguer do mastro. derrota. e...

Sinto que sou ninguém salvo uma sombra
de um vulto que não vejo e que me assombra
E em nada existo como a treva fria.
[FP]

sexta-feira, abril 06, 2012

final do dia

No silêncio recluso deste espaço que não me pertence sugo o sossego de mais um dia que termina, ao longe ouço apenas uma ou outra voz perdida, aquela que adiou a partida para o prolongado descanso. E no horizonte vislumbro a aguarela que a minha vida passada deixou, no azul está pintada a alegria, o amor, a ingenuidade, a crença e a vontade, em tons pastel surge o quadro da felicidade plena, um quadro inacabado e no qual caíram as manchas vermelhas do sangue e o negrume da morte. E depois… depois vem o ponteado de uma pintura que não consegui iniciar nem concluir, como estilhaços de um asteróide que se destruiu contra o muro do sonho. Reergo-me, qual fénix, das cinzas deixadas pelo fogo onde a queimei, essa tela ponteada…

O tempo foge-me como um pássaro azul deixando-me amarrada nas suas asas. E aqui vou, voando ao sabor da corrente que amanhã me levará para o mar…