terça-feira, maio 29, 2012

"Le dernier mètro"

Na solidão dos dias o muro intransponível do vazio. E a noite é pedra atirada na vivência do sonho, assalta-nos a tranquilidade, arrasa-nos a vida deixando a marca indelével da derrota. Sobra a certeza que no caminhar das horas estamos cada vez mais e mais sós. Muro dos silêncios de pedra. Ao longe a quimera.

sexta-feira, maio 25, 2012

Eclipse

Na continuidade dos dias, o sobressalto; paragem onde surge a questão, onde falta a resposta. Na sombra, o reflexo da luz adiada; eclipse total da estrela que nos guia. E o mar ousa o desafio do ondular cíclico e sinusoidal, amplitude cortada pela crista da onda nebulizada. Se... e as reticências transformam-se em interrogações cortadas aqui e ali pelo olhar espantado das exclamações. Os dois pontos cortam-se, a inexistência de diálogo a isso obriga, e, o ponto e vírgula é mera vaidade. Gosto dos "e"s, fazem a ligação suave entre a estrela e a sombra, dão a percepção da essência para além da existência. Entretanto, a vírgula passeia-se ocupando indiscriminadamente todos os lugares, porque é voluntariosa, esguia, elegante e entende que se pode sobrepor aos e"s, aos traços e quantas vezes aos espaços (?)
Fotoretirada daqui

quarta-feira, maio 02, 2012

A Mãe

Na densa floresta onde a dor habita liberta-se o sorriso, tímido, inseguro e ansioso. Maio, mês em que as flores despontam e em cujo primeiro dia a vida se cruza com o amor. Papoilas vermelhas enfeitam o verde dos campos. A brisa da tarde liberta-lhe os movimentos.